quarta-feira, 25 de maio de 2011

Saudade...

Passam os anos sobre tantos episódios que marcam uma vivência de cenas representadas, ficam as imagens gravadas, as pessoas, os sons... os cheiros... sim! os cheiros, particularmente o da terra molhada, após as primeiras chuvas sobre o tempo tórrido. É sinal de mudança!
A mudança é sempre complicada, pois envolve adaptação, coloca à prova os nossos medos, apela aos anseios, sobre o que estará para vir. Não podemos esquecer a nostalgia que cria em torno de nossa pequenez, pela impotência revelada em não ser o verdadeiro "king of the world" para mudar a velocidade do relógio do tempo.
Sinto saudades... sim muitas saudades de milhões de coisas que passaram e pelas quais não percebi que não tinha dado o verdadeiro valor na altura certa... algumas ainda posso tentar uma vivência aproximada pelas recordações que ainda guardo, porém, as que envolvem a materialidade fisica de quem já possa ter "desaparecido", em diferentes valências, alertam para a tal impotência.
Como canta a Mariza no seu maravilhoso "Gente da minha Terra"...
"Esta tristeza que trago, foi de vós que recebi!"

2 comentários:

  1. Ah a nostalgia... lembrei-me de "O Profeta", de Gibran. Aqui transcrevo um pedaço. Vem a propósito.

    «Então, uma mulher disse-lhe:
    - Fala-nos da alegria e da tristeza.
    E ele respondeu:
    - A vossa alegria não passa da vossa tristeza sem máscara. E a mesma cisterna de onde se elevam os vossos risos ficou repleta tantas vezes com as vossas lágrimas.
    E como poderia ser de outra forma?
    Quanto mais profunda for a tristeza que despedaça o vosso ser, tanto maior é a alegria que podeis conter.
    E a taça que recebe o vosso vinho não é a mesma que foi cozida no forno do oleiro?
    E a lira que encanta a vossa alma não é a mesma madeira que foi esculpida por uma mesma faca?
    Quando estais alegres, sondai profundamente o vosso coração e verificareis que o que vos dá alegria também é o que vos dá tristeza.
    Quando sentirdes mágoa, olhai de novo para o vosso coração e vereis que, na realidade, chorais por aquilo que foi a vossa alegria.»

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  2. Mário,

    E fica a nostalgia!:)

    Disse, contudo, a raposa ao Principezinho: «Foi o tempo que passaste com a tua rosa que a torna tão importante»!

    Carpe Diem, diria, o momento, em toda a sua essência!:)

    Um abraço,

    eve

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