Passam os anos sobre tantos episódios que marcam uma vivência de cenas representadas, ficam as imagens gravadas, as pessoas, os sons... os cheiros... sim! os cheiros, particularmente o da terra molhada, após as primeiras chuvas sobre o tempo tórrido. É sinal de mudança!
A mudança é sempre complicada, pois envolve adaptação, coloca à prova os nossos medos, apela aos anseios, sobre o que estará para vir. Não podemos esquecer a nostalgia que cria em torno de nossa pequenez, pela impotência revelada em não ser o verdadeiro "king of the world" para mudar a velocidade do relógio do tempo.
Sinto saudades... sim muitas saudades de milhões de coisas que passaram e pelas quais não percebi que não tinha dado o verdadeiro valor na altura certa... algumas ainda posso tentar uma vivência aproximada pelas recordações que ainda guardo, porém, as que envolvem a materialidade fisica de quem já possa ter "desaparecido", em diferentes valências, alertam para a tal impotência.
Como canta a Mariza no seu maravilhoso "Gente da minha Terra"...
"Esta tristeza que trago, foi de vós que recebi!"
Ah a nostalgia... lembrei-me de "O Profeta", de Gibran. Aqui transcrevo um pedaço. Vem a propósito.
ResponderEliminar«Então, uma mulher disse-lhe:
- Fala-nos da alegria e da tristeza.
E ele respondeu:
- A vossa alegria não passa da vossa tristeza sem máscara. E a mesma cisterna de onde se elevam os vossos risos ficou repleta tantas vezes com as vossas lágrimas.
E como poderia ser de outra forma?
Quanto mais profunda for a tristeza que despedaça o vosso ser, tanto maior é a alegria que podeis conter.
E a taça que recebe o vosso vinho não é a mesma que foi cozida no forno do oleiro?
E a lira que encanta a vossa alma não é a mesma madeira que foi esculpida por uma mesma faca?
Quando estais alegres, sondai profundamente o vosso coração e verificareis que o que vos dá alegria também é o que vos dá tristeza.
Quando sentirdes mágoa, olhai de novo para o vosso coração e vereis que, na realidade, chorais por aquilo que foi a vossa alegria.»
Mário,
ResponderEliminarE fica a nostalgia!:)
Disse, contudo, a raposa ao Principezinho: «Foi o tempo que passaste com a tua rosa que a torna tão importante»!
Carpe Diem, diria, o momento, em toda a sua essência!:)
Um abraço,
eve